sábado , 13 dezembro 2025
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Sobre o Papel da Arte e a Sagrada Tarefa do Artista.

Uma obra de arte é impagável, e não por seu valor de mercado, mas pelo que ela transcende.

A arte, em geral, captura o que é temporário e o torna eterno.

Ela preserva o que é perecível e o transforma em perene.

Em muitos aspectos, uma verdadeira obra de arte é mais bela do que a própria realidade, pois faz aquilo que o real muitas vezes não consegue, isto é, imortaliza o efêmero.

Imagine-se num lugar assolado pela seca ou totalmente coberto por neve.

Nenhuma flor desabrocha, nenhuma folha dança ao vento, nenhuma cor vibrante enfeita a paisagem.

Resta apenas o pó, o gelo, o silêncio e a saudade.

Agora imagine, no meio dessa aridez, uma pintura de um jardim exuberante.

Uma melodia ecoando o riso dos rios.

Um poema descrevendo a delicada graça de uma flor de lótus em plena floração.

De repente, embora a natureza esteja ausente, o espírito humano se recorda da beleza.

E assim, a Esperança é despertada.

A alma se eleva.

O coração se enternece.

Esse é o poder do artista.

Além disso, em tempos de turbulência, conflito ou dor, quando o mundo exterior não oferece consolo, a arte se torna refúgio.

Não como fuga, mas como um lembrete sagrado daquilo que ainda é possível: beleza, ordem, sentido.

Em outras palavras, a arte não nega a dor. Ela a transfigura.

Ela não apaga a realidade. Ela a redime.

Portanto, todo artista é um portador da luz, alguém que sustenta a chama num mundo que às vezes esquece o próprio brilho.

E por isso, todos os talentos artísticos genuínos devem ser incentivados, apoiados e honrados.

Não apenas com aplausos, mas com compromissos concretos, com espaços de criação, com patrocínios abundantes e com reconhecimentos sinceros e tangíveis.

Não tenho nenhuma dúvida que sim, podemos cultivar a natureza.

Podemos projetar jardins deslumbrantes, criar cachoeiras fantásticas e moldar maravilhosas paisagens que encantam os olhos.

Mas não podemos fabricar artistas.

Não podemos ordenar a inspiração.

Não podemos fabricar o gênio.

Portanto, um artista é um presente para a humanidade.

Um artista é a rara convergência entre visão, habilidade e uma intensa chama interior.

E assim, enquanto devemos aproveitar o melhor de todos os dons que recebemos do mundo, não devemos esquecer de cuidar e apoiar aqueles que são dons vivos entre nós.

Pois são eles que nos lembram que…

Mesmo na aridez, há beleza.

Mesmo no terrível, há esperança.

Mesmo no silêncio, há canção.

Mesmo nos finais, há eternidade.

Meditação Matutina.

Acharya Tadany

Pune, 6 de junho de 2025.

Photo by Tim Arterbury on Unsplash

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