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Troquei de alma, por TADANY

Troquei de alma, agora tenho uma que não tinha

Estava cansado daquela enfadonha e corriqueira

Pois estava desgastada e abandonada como…

 

 

Troquei de alma, agora tenho uma que não tinha

Estava cansado daquela enfadonha e corriqueira

Pois estava desgastada e abandonada como faca sem bainha

Sem fio, repleta de dentes, resquícios desnecessários de uma vida inteira

 

Mas esta recente aquisição anímica é integral

Veio recheada de adornos, vigor e inovações

E chegou pronta, ambientada ao entorno terrenal

Ansiosa por viver aventuras, curiosidades e experimentar novas paixões

 

Mas confesso que ainda penso na antiga, num que outro nostálgico momento

Os quais são parcos, pois a atual já se apoderou de toda esta essência

Então, à antiga, por carinho e admiração, decidi construir um monumento

Enquanto esta nova, como inerente legado, da outra herdou toda a sua sapiência

 

Então, ela já não mais chora por mesquinhas vaidades

Nem mais se desespera por efêmeras bugigangas ou temporários prazeres

Mas ela se encanta com o amor que a transforma numa nobre beldade

E com a magnificência da vida e seus mutantes amanheceres

 

E entre o abandono e a aquisição de uma nova consciência

Notei que não há nada de novo no horizonte individual

Pois ele é simplesmente um interessante e revelador ciclo mortal

Onde a cada dia pode uma nova versão surgir

Enquanto noutro uma antiga e cansada vai sumir

Até o dia em que, oxalá, esta alma e o todo irão se unir

Num inesquecível, expansivo e uníssono porvir.

 

PS: Para citar este poema:

Cargnin dos Santos, Tadany. Troquei de alma.

 

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Photo by Ashley Batz on Unsplash